sábado, 15 de agosto de 2015

Mulher invade casa popular em Rio Branco e é retirada pela polícia

20150814095801Após dois meses morando de aluguel num bairro da região baixa de Rio Branco, Maria Gilciane Albuquerque, de 31 anos, se viu sem rumo. Despejada, e sem ter para onde ir, resolveu invadir uma casa popular no Conjunto Cabreúva, na Baixada da Sobral, local para onde levou os quatro filhos e alguns móveis.
Mas a invasão não durou muito. Em menos de 12 horas, a polícia foi acionada por uma equipe da Secretaria de Estado de Habitação e Interesse Social (SEHAB), e Gilciane, por ter causado dano ao patrimônio público, acabou sendo levada, com os filhos e pertences, para a Delegacia de Flagrantes (DEFLA). Na ação foram utilizadas cinco viaturas da Polícia Militar (PM), relatou ela.
“Eles chegaram lá e me disseram que eu tinha que sair da casa. Eu disse que não tinha outro lugar para ir com as minhas coisas, nem com o meu filho. Ai eles disseram que mesmo assim eu ia ter que sair de lá. Que eu tinha que procurar a casa de alguma pessoa da minha família, ou de um amigo. Eu disse que não tinha ninguém. Mas não teve jeito, não. Eu tive que sair de lá. Colocaram minhas coisas nos carros da polícia e me trouxeram para a delegacia”, lembra a mulher, bastante emocionada.
Segundo Maria Gilciane, ela só saiu da casa porque ficou com medo de perder a guarda dos filhos. Ela, manicure, acredita ser sido “intimidada pelos funcionários da SEHAB, porque eles me disseram que se eu não saísse eu ia perder os meus filhos, porque eu seria presa. Eles me disseram que se eu ficasse lá era crime e eu seria presa quando eles chamassem a polícia. Ainda bem que os policiais foram educados comigo e me trataram bem”, relata.
De acordo com o boletim de ocorrências, gerado para informar o caso na Delegacia de Flagrantes (DEFLA), “com a ordem do tenente foi autorizada a retirada da senhora Maria Gilciane e seus quatros filhos menores da residência”, sendo que eles, logo em seguida, foram conduzidos para a delegacia, “junto com os pertences da família”, para que fossem tomadas as medidas cabíveis.
Procurado para esclarecer o assunto, o secretários da pasta, Jamyl Asfury, disse que a SEHAB não tem responsabilidade sobre as residências, e que todas as casas construídas já “possuem donos”. Para ele, deixar a mãe na residência seria “trocar seis por meia dúzia”, pois outra família precisaria ficar sem casa. O gestor também esclareceu que “é ilegal” deixar invasores nas casas populares, visto que é realizado todo um levantamento antes de uma entrega.
“A informação que foi repassada pelos servidores é que esse foi um procedimento de praxe. Nós alertamos a pessoa invasora, ela invadiu a casa ainda pela madrugada. São doze casas que ainda não estão ocupadas, pessoas de fundo de vale, e nós já estamos num prazo máximo de entrega, e já sabemos quem são as famílias. Aquela casa estava sob a tutela do governo federal, e nós, da Secretaria de Habitação, temos apenas a responsabilidade de cuidar até a assinatura do contrato”, justificou o secretário.
Segundo Asfury, Maria teria se sentido intimidade por suposta “falta de conhecimento” das normas que regem os conjuntos habitacionais. “A SEHAB cuida de famílias identificadas em locais de risco, nós buscamos o recurso junto ao governo federal, e depois, encaminhamos essas pessoas. Mas, é na SEDS que ela precisa chegar e tentar de alguma forma uma ajuda com recurso social, o passo seria esse, e não de invadir uma casa”, finaliza.
AC24horas

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