sábado, 6 de agosto de 2011

História da febre amarela

Aedes aegypti




Os flavivirus causam duas doenças importantes: a dengue e a febre amarela. A origem do vírus causador da febre amarela ainda é desconhecida. Acredita-se que a doença tenha vindo da África Ocidental e das Antilhas. Em 1700, a febre amarela já estava na Europa, e foi na Península Ibérica que se deu a primeira epidemia da doença no continente, provocando 10 mil mortes, em 1714. No ano de 1804, 20 mil pessoas foram vítimas da febre amarela em Cartagena.
A primeira epidemia na América do Sul aconteceu em 1648. Já a primeira manifestação da doença no Brasil foi em 1685, em Pernambuco. O Aedes aegypti veio da África nos navios negreiros e trouxe junto a febre amarela. Durante os dois séculos seguintes houve várias epidemias no continente americano e na Europa. Houve uma epidemia muito importante na Filadélfia em 1793 e no vale do Mississipi (Estados Unidos) em 1878 com muitas mortes. Várias medidas sanitárias principalmente em relação ao fornecimento de água diminuíram a transmissão da doença antes de se saber que era causada por um vírus e seu transmissor era um mosquito. Somente em 1900 ficou demonstrado o papel do Aedes na transmissão da doença e em 1928 que era causada por um vírus. Em 1930, Theiler desenvolveu uma vacina com o vírus atenuado. Por essa descoberta, ele recebeu o Prêmio Nobel.





©2008 HowStuffWorks



O Aedes aegypti, que além da dengue, transmite a febre amarela




A febre amarela costuma atingir a África subsaariana e a América do Sul, mas via Aedes aegypti pode atingir outras partes do mundo incluindo Ásia e sul dos Estados Unidos. A transmissão urbana da doença ocorre via Aedes aegypti. Quando ele pica uma pessoa contaminada ele transmite o vírus em suas novas picadas. No século 20, houve várias epidemias na África estimando-se em torno de 1.000.000 de mortes. Nas epidemias, a incidência chega a 30/1000 e a letalidade (proporção de mortes por febre amarela entre os pacientes que apresentam a doença) varia de 20%-50%.
A diminuição das epidemias nos últimos anos se deve provavelmente a alterações no ciclo do vírus, a imunidade adquirida nas últimas epidemias e às campanhas de vacinação nas áreas mais afetadas. Na América do Sul, a bacia do Orenoco e a floresta amazônica são as áreas de maior transmissão. Os mosquitos picam os macacos e a doença segue o fluxo dos animais levando o vírus às populações suscetíveis.
O maior número de casos ocorre entre janeiro e março entre homens de 15-45 anos que são picados por mosquitos infectados enquanto executam atividades na floresta ou perto delas. Nessa época, há um aumento da quantidade do mosquito transmissor e maior atividade agrícola, que leva ao deslocamento de um número maior de pessoas às áreas com risco de transmissão.A última epidemia urbana de febre amarela no continente americano aconteceu em Trinidad Tobago em 1954, mas a disseminação doAedes aegypti nas últimas décadas faz com que aumente o risco de futuras epidemias, principalmente nas cidades próximas às florestas tropicais.
O Aedes já teve um papel político importante na determinação da principal cidade do Estado de São Paulo. A febre amarela foi introduzida pelo Porto de Santos em 1850, assolando os centros urbanos da baixada litorânea. No verão de 1889, a febre amarela invadiu a cidade de Campinas (a porta da cafeicultura do planalto) e também provocou uma grande epidemia na cidade de Santos.
Admite-se que esta epidemia tenha contribuído para um decréscimo real das populações atingidas. Adolfo Lutz, em suas reminiscências sobre a febre amarela, calculou em três quartos a população que deixou Campinas em direção a outras cidades, fugindo da febre amarela. Esse fato foi fundamental para colocar a cidade de São Paulo como principal cidade do Estado em contraposição à Campinas. Entretanto, o Aedes se adapta bem a ambientes hostis e hoje em dia é bastante comum na cidade de São Paulo

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